19 de outubro de 2015

CRISE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO?! COMO AGIR?



COMO AS ESCOLAS E OS ALUNOS DEVEM SE COMPORTAR NO PERÍODO DE CRISE? Como podem evitar um esvaziamento de turmas ou mesmo a inadimplência?

A crise instalada no país já chegou aos bancos das escolas e das universidades. Todo dia surge nos jornais de grande circulação ou nas revistas nacionais informações sobre este assunto, relatando, por exemplo, que há aumento da inadimplência e risco de esvaziamento de turmas para o próximo ano (2016), sobretudo, das classes C e D, que mais migraram para o ensino particular nos últimos anos e, agora, apresentam uma tendência de retorno ao ensino público. Veja este exemplo publicado originalmente na Agência Brasil:

Escolas particulares estimam que até 12% dos alunos migrem para a rede pública
Mariana Tokarnia - Agência Brasil - 18/10/2015 - Brasília, DF
As escolas particulares poderão perder de 10% a 12% das matrículas em 2016, segundo estimativa da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). Com a crise econômica, os pais ou responsáveis estão com dificuldades para pagar as mensalidades.
Essa semana a Serasa Experian divulgou que a inadimplência dos alunos de instituições particulares de ensino fundamental, médio e superior no país aumentou 22,6% no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa foi a maior alta, em um primeiro semestre, desde 2012. Considerando apenas as escolas de ensino fundamental e médio, a inadimplência aumentou 27,2% nos primeiros seis meses de 2015 em relação ao mesmo período de 2014.
`A gente imagina que [a migração] vai pegar as escolas onde estão as classes C e D, que são as escolas que mais cresceram nos últimos anos`, disse a diretora da Fenep, Amábile Pacios. Segundo ela, esses alunos deverão trocar o ensino particular pelo público.
As mudanças já começaram este ano. No mês passado uma pesquisa do Ibope Inteligência para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a crise econômica levou 13% dos entrevistados a trocar os filhos de escola privada para escola pública de junho de 2014 a junho deste ano. A pesquisa foi feita entre os dias 18 e 21 de junho de 2015, com 2.002 pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em relação às mensalidades do ano que vem, Amábile informou que a Fenep não tem uma média nacional das altas. Segundo ela, como as escolas só podem decidir o ajuste uma vez por ano, aumentos no custeio que ocorreram em 2015 deverão ser incorporados, além de reajustes nos salários dos professores previstos para o próximo ano.
`A gente sabe que quem tem alguma gordura (no orçamento), que são poucas escolas, e que podem poupar o aumento, vão poupar, mas a maioria vai fazer o reajuste dentro das planilhas`, disse. De acordo com Amábile, a situação das famílias que a escola atende deverão ser consideradas na hora do reajuste.
Quanto aos valores devidos, Amábile diz que cabe aos pais e a direção da escola renegociarem as dívidas, mas que isso varia de escola para escola. `A inadimplência sempre foi renegociada, mas isso tem que ser individualmente com a família e o gestor da escola. Isso sempre acontece e acontece esse ano também`, explicou.
As escolas particulares concentram 9,1 milhões de matrículas, que equivalem a pouco mais de 18% das 49,8 milhões de matrículas na educação básica, segundo o último Censo Escolar, de 2014, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Diante deste cenário devemos nos programar, planejar e executar ações que diminuam o impacto nas escolas, no ano de 2015 e para o ano de 2016. É muito importante compreender o cenário, como isso está refletido na sua instituição e, a partir disso, planejar ações concretas e até mesmo ter um “plano B” para 2016.

Vamos separar, inicialmente, o assunto, em dois temas mais relevantes: (i) como agir diante da inadimplência de 2015 que gera um prejuízo e gera também a impossibilidade de matrícula para 2016? (ii) como agir diante da possível queda de matrículas para 2016?

Sugerimos que a instituição de ensino faça um levantamento de como está a inadimplência, estude o impacto no orçamento para possibilitar possíveis ações imediatas de diminuição de custos, mas não perca de vista a necessidade de imediatamente criar um plano de ação específico para agir diretamente com os inadimplentes.

Ou seja, criar um programa antecipado de negociação que possibilite parcelamentos, pagamentos com descontos ou pagamentos alternativos que deem uma dimensão específica de quem pretende negociar e, com isso, permita-se visualizar, inclusive, possíveis não matrículas para 2016 de forma antecipada. Por exemplo, se apenas 75% dos inadimplentes atuais de 2015 negociarem efetivamente um acordo pode-se ter em mente uma diminuição aproximada de 25% em 2016, inclusive, com um mapa poderá ser visualizado em que séries e turmas isso ocorrerá, permitindo melhor planejamento para o ano que vem.

E, vislumbrando o potencial de queda de matrículas para 2016 organizar-se em duas frentes: a primeira de aproximação efetiva com estes pais que não se manifestaram sobre a possibilidade de negociação com valores atrasados, para que se tenha mais precisão sobre as transferências e para que se possa, de forma mais individualizada, se o caso, propiciar a continuidade deste aluno negociando algum desconto, buscando alguma alternativa de política de bolsa ou incentivo, etc.

Então, podemos concluir que não é possível ficar parado e aguardar o que vai acontecer. A instituição de ensino superior precisa se antecipar e não reagir à crise. É preciso estudar o cenário, estabelecer um plano de ação e efetivamente executar esse plano em busca de diminuir o impacto da inadimplência no caixa da empresa, bem como nas matrículas para 2016! Com planejamento a ação se torna mais eficaz e eficiente! Sucesso para todos!!
 
Equipe CMO Advogados
Setor educacional