O mercado do Ensino Superior brasileiro está, há algum tempo, em ebulição. Fervilhando em diversos aspectos e, talvez, com maior significância sentindo ainda os efeitos do propósito governamental de ampliação de vagas, do sistema de EAD e, também, das grandes aquisições e fusões empresariais criando megainstituições de capital aberto na bolsa de valores e investidores de toda a parte do planeta.
Preocupa? Sim. É um sinal, principalmente, para aquelas instituições menores, sejam Universidades, Centros Universitários ou até mesmo Faculdades isoladas. O bom tempero do sucesso continua sendo uma boa e moderna gestão da IES, foco na qualidade para evitar a disputa de preço, cuidado especial com o aluno que é quem, afinal, dita a regra do jogo!
Hoje novas notícias do mercado jurídico educacional sacodem toda essa poeira, confira: (1) PEARSON COMPRA O GRUPO MULTI e ingressa num mercado diferenciado, diversificando sua atuação e sua prospecção no Brasil com o ensino profissionalizante e de idiomas, e (2) A operação societária ANHANGUERA + KROTON pode ser impugnada no CADE.
Estamos acompanhando o mercado! Leia as notícias abaixo:
Pearson compra Grupo Multi por R$ 1,95 bilhão
A Pearson, empresa britânica
do segmento editorial e de informação digital que controla o jornal Financial
Times, anunciou, na terça-feira, 3, a compra do Grupo Multi, maior grupo
privado de cursos de idiomas e de ensino profissionalizante no País. O negócio
foi avaliado em R$ 1,95 bilhão - R$ 1,7 bilhão, mais R$ 250 milhões em dívidas.
Trata-se da maior aquisição
já anunciada no Brasil no setor de educação. A maior compra até hoje havia sido
a da Universidade Norte do Paraná (Unopar) pela Kroton, por R$ 1,3 bilhão, em
2011, seguida pela aquisição da FMU pela Laureate, por R$ 1 bilhão, neste ano.
O grupo britânico vai
adquirir os 78% da família do empresário Carlos Wizard Martins, fundador da
empresa, e a fatia restante, pertencente ao Kinea, gestora de investimentos
alternativos do Itaú. Com origem em Campinas, o Grupo Multi é dono de diversas
marcas de cursos de inglês, entre elas Wizard, Yázigi e Skill, e das escolas
profissionalizantes Microlins e SOS Computadores.
A aquisição está de acordo
com a nossa nova estratégia geográfica de priorizar mercados emergentes e de
sermos líderes no ensino de inglês?, explica Juan Romero, presidente da Pearson
América Latina. A operação ainda precisa ser aprovada pelos órgãos reguladores,
mas a Pearson acredita que poderá concluí-la em 2014.
Com o acordo, o número de
alunos da Pearson no Brasil passa de 500 mil pra 1,3 milhão. E a empresa, que
tinha apenas quatro escolas de idiomas no País sob a marca Wall Street, terá
agora sob seu comando 2,6 mil franqueados do Grupo Multi.
`Para nossa rede de
franqueados, a aquisição representa mais uma oportunidade de negócio`, diz
Giovanni Giovanelli, presidente do Grupo Multi, que vai continuar no cargo,
juntamente com toda a diretoria. Vamos pensar em parcerias de ensino de inglês
com as escolas que oferecem os sistemas de ensino da Pearson.
Maior empresa de educação do
mundo, a Pearson chegou ao mercado brasileiro em 1996, vendendo livros de
ensino de idiomas. E só em 2010 aumentou a aposta no País, com a compra de
parte do Sistema Educacional Brasileiro (SEB), de Ribeirão Preto (SP). Com o
negócio de R$ 900 milhões, que triplicou a presença da empresa no Brasil e fez
do País a maior operação na América Latina, a companhia adquiriu os sistemas de
ensino COC, Pueri Domos, Dom Bosco e Name.
Com a compra firmada ontem a
Pearson assume a liderança no ensino de inglês no País, um dos maiores mercados
do mundo, estimado em R$ 7,3 bilhões, com um total de 2,8 milhões de alunos.
Apesar do tamanho do mercado, há ainda um grande potencial de crescimento, em
função da recente expansão da classe média e do baixo índice de fluência em
inglês no País.
A aquisição marca ainda um
desafio à centenária empresa de educação: com Microlins e SOS, é a primeira vez
que a companhia atuará em ensino profissionalizante no mundo.
Anhanguera e Kroton podem ter associação impugnada
A Superintendência-Geral do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao Tribunal do órgão
a impugnação da associação entre Anhanguera Educacional Participações e Kroton
Educacional. A decisão está em despacho publicado na edição desta quarta-feira,
4, do Diário Oficial da União (DOU).
De acordo com parecer
técnico, a Superintendência-Geral recomendou a não aprovação da fusão por
preocupações concorrenciais em relação à oferta de determinados cursos de
graduação presencial e a distância (EAD). Agora, o Tribunal do Cade irá
analisar o caso e dar a decisão final sobre a operação.
Se, ao final do processo, a
operação for aprovada, a fusão entre Kroton e Anhanguera resultará em uma
gigante do setor com cerca de um milhão de alunos e valor de mercado de R$ 12
bilhões. A nova empresa terá aproximadamente 15% de todos os alunos de ensino
superior do País e está sendo considerada no mercado a maior instituição
privada de educação do mundo.